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Por que é difícil buscar atendimento psicológico?

  • Foto do escritor: Elen Sabrina O. S. Yasin
    Elen Sabrina O. S. Yasin
  • 13 de jul.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 25 de jul.

Pessoa caminhando no labirinto
Pessoa caminhando

Historicamente, a saúde mental sempre ocupou um lugar de pouco prestígio, como se o sofrimento psíquico fosse exclusivo de certas pessoas consideradas “fora da norma” pela sociedade. Durante muito tempo, quem apresentava algum sofrimento emocional era visto com desconfiança, marcado por um estigma social que o colocava à margem. Esses sujeitos eram mantidos excluídos, nutrindo, assim, os interesses de uma estrutura social que silenciava a dor psíquica.

Apesar de, atualmente, haver mais visibilidade e espaço para novas concepções sobre a saúde mental, ainda persistem resquícios de preconceito em relação àquele que sofre. Isso se deve, em parte, ao desconhecimento científico e à falta de familiaridade com os diversos modos de sofrimento. Soma-se a isso os modos de vida contemporâneos, que muitas vezes produzem um esvaziamento de sentido, contribuindo para o aumento do sofrimento humano.


Buscar um psicólogo, um psicanalista, embora possa parecer um gesto simples, muitas vezes se torna um grande desafio. Isso porque envolve reconhecer que não é possível melhorar sozinho, o que pode gerar sentimentos de desconforto, vergonha ou até sensação de fracasso. O simples fato de cogitar procurar um profissional pode despertar dúvidas como: “O que vão pensar de mim se eu buscar ajuda?”. Esse tipo de questionamento pode dificultar o reconhecimento e a aceitação do próprio sofrimento, atrasando o início do que poderia gerar um bem-estar.

     

Outro obstáculo importante é o medo de acessar dores profundas, que pareciam estar “bem guardadas”. Abrir essa “caixinha” pode trazer à tona lembranças e vivências dolorosas, fazendo com que a pessoa prefira evitar o enfrentamento. É comum, então, que ela desista, acredite que o processo não servirá para ela, ou pense que será perda de tempo e dinheiro — o que contribui para a negligência do próprio cuidado.

     

Esses fatores criam barreiras que dificultam o início da psicoterapia e aumentam o sofrimento emocional. Além disso, alimentam um ciclo de angústia e ansiedade sobre o que se sente e de como lidar com isso. Por este motivo, é fundamental reconhecer essas manobras defensivas da mente, que muitas vezes nos aprisionam justamente quando mais precisamos de ajuda.

     

Embora o receio impeça de iniciar, há um desconhecimento sobre os reais efeitos deste cuidado, pois falar a um profissional que escute o conteúdo guardado, não somente alivia, organiza a mente, como também, possibilita a pessoa fazer releituras sobre seus traumas, sua história, e, a partir disso, posicionar-se de forma diferente diante do sofrimento, aliviando e reduzindo a sensação de angústia.

     

Para que seja possível dar os primeiros passos, é essencial estabelecer uma relação de confiança com o profissional escolhido. Falar sobre essas dificuldades nos primeiros encontros pode ajudar a aliviar as tensões iniciais, fortalecer o vínculo com o analista e abrir caminho para que a pessoa comece a compreender mais sobre si mesma.

     

Por fim, é importante lembrar que o profissional está ali para acompanhar essa jornada. Oferecendo escuta e acolhimento ao que é dito, o processo analítico possibilita a construção de novas perspectivas sobre si e sobre o mundo ao redor — abrindo espaço para transformações significativas no modo de viver e de se relacionar.



 
 
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Elen Sabrina O de S Yasin  psicanalista e psicóloga

CRP 12/14246

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   Edifício Ogliari, centro - São Miguel do Oeste/SC

   (49) 98873-8282  (WhatsApp)

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