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O desafio de morar no exterior

  • Foto do escritor: Elen Sabrina O. S. Yasin
    Elen Sabrina O. S. Yasin
  • 13 de jul.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 21 de ago.

Menina com malas na estrada

Morar fora é uma experiência transformadora – amplia horizontes,  nos coloca em contato com  um idioma e uma cultura diferente, possibilita viver novos desafios. No entanto, essa vivência pode gerar uma sensação desconfortável de estar “no meio do caminho” não mais pertencente ao país de origem, mas também sem se encaixar na nova cultura.

Ao aprender um novo idioma, adaptar-se a outros costumes e enfrentar desafios cotidianos diferentes, é comum sentir como se habitássemos um espaço entre dois mundos — o país natal e o país que escolhemos migrar. Essa experiência de transitar entre culturas pode gerar uma vivência subjetiva de não pertencimento a nenhuma delas.

Com o tempo, essa sensação pode se acentuar, especialmente ao retornar ao país de origem. Você percebe que sua forma de pensar, agir e se expressar mudou. As referências culturais não são mais as mesmas, as conexões anteriores já não se sustentam como antes. O sujeito se vê diante de um descompasso interno: não é mais quem era quando partiu, mas ainda não sabe bem quem se tornou.


No convívio com estrangeiros, piadas, gestos ou formas de expressão podem soar estranhas, e o modo como nos colocamos no mundo passa a ser questionado. Essa inadequação subjetiva pode gerar confusão: “Se não pertenço aqui nem lá, onde está meu lugar?”

Essa vivência pode provocar sentimentos de perda de si, como se não nos reconhecêssemos mais. Pode surgir o isolamento, a evitação social e um sentimento persistente de desenraizamento. A psicanálise nos permite pensar essa experiência como um atravessamento psíquico importante — uma travessia em que o sujeito é chamado a elaborar uma nova forma de se sustentar no mundo.

Mapa e passaporte
Mapa e passaporte

O tempo vivido fora nos confronta com a ideia de que não somos seres fixos. Somos atravessados pela cultura, pela linguagem e pelos laços que construímos. E, justamente por isso, somos também capazes de criar novos modos de ser.

Acolher esse período de transição com paciência, escuta e reflexão pode ser fundamental para que se possa reconstruir a forma singular nesse novo habitat. Morar em outro país não é apenas uma mudança geográfica — é, sobretudo, um processo psíquico de transformação subjetiva que mobiliza dores, desafios, mas também aberturas para novas formas de existência.

 

 

 
 
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Elen Sabrina O de S Yasin  psicanalista e psicóloga

CRP 12/14246

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   Edifício Ogliari, centro - São Miguel do Oeste/SC

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